REVIL teve acesso a uma versão preview de Resident Evil: Revelations, que chegará para PS3, Xbox 360, Wii U e PC agora no mês de maio. Jogamos durante pouco mais de 3 horas, e nesse período atravessamos os três primeiros capítulos da campanha principal, além de testar o Raid Mode e também o modo de dificuldade Infernal, uma das novidades dessa versão em relação a de Nintendo 3DS.

A versão que jogamos foi a de PlayStation 3, e já contava com legendas em PT-BR, e segundo informações, ela é 99% fiel ao jogo que chegará ao mercado no fim do mês de maio.

Confira abaixo as nossas primeiras impressões sobre esse port, que se mostrou ser muito mais do que simplesmente um jogo portado de um console para o outro.

O medo está de volta e em HD!

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Não é novidade para ninguém que RE: Revelations tem como um dos principais atrativos a volta do terror na franquia. A versão de 3DS já é extremamente competente nesse quesito, apresentando locais escuros, corredores estreitos, baixa quantidade de munição, inimigos perturbadores e um enredo que une todos esses elementos de uma forma bastante coesa. Mas, nada se compara com a experiência de jogar um game de terror em tela grande de alta resolução e com uma boa qualidade sonora. Os sons emitidos pelos inimigos e mesmo a aparência deles fazem com que o título suba um degrau na escala de terror. Mesmo ao se deparar com um corredor aparentemente tranquilo, o jogador pode ser surpreendido por um Ooze surgindo dos dutos de ventilação do local, e matá-lo nem sempre é a melhor opção, já que poupar munição é fundamental para o sucesso no jogo, lembrando os três primeiros títulos da franquia.

Um dos pontos mais criticados nesse port do jogo, foi a qualidade gráfica. Alguns veículos internacionais criticaram duramente as texturas do jogo, mas houve um certo exagero com essa crítica. Esqueça ports em que o jogo apenas é transportado para outro console, sem receber um devido tratamento. Em RE: Revelations os gráficos estão bastante polidos, com belas texturas e com quebras de polígonos quase inexistentes. O jogo não foi simplesmente portado do Nintendo 3DS para os consoles de mesa, houve todo um retrabalho na renderização dos cenários, cenas em CG, personagens, inimigos e até mesmo itens. As texturas também receberam um tratamento especial e dá até pra se impressionar com a quantidade de detalhes nítidos nas roupas dos perosnagens, como fibras de tecido, detalhes como bolsos, zíperes e  emblemas, entre outros. Os inimigos também receberam um belo retrabalho, e os Oozes são ainda mais asquerosos na versão de PS3 do que eram na versão de 3DS. Os hunters também não decepcionam, e se fosse possível parar em frente a eles, seria possível contar suas esquemas, notar o brilho de seus dentes e garras e até mesmo ver reflexos em seus olhos. Os cenários estão belíssimos, e na grande maioria dele, as texturas estão em boa qualidade e a redenrização está impecável. Há apenas alguns detalhes menores que ficam pixelizados ou desfocados conforme você se aproxima.

Não estamos diante do jogo com os melhores gráficos dessa geração de consoles, mas o trabalho foi feito da melhor maneira possível e temos um jogo com belos gráficos, que podem impressionar em certos momentos, e que possuem pequenas falhas que podem passar desapercebidas pelos olhos dos menos atentos.

A parte sonora também melhorou sensivelmente. Os sons emitidos por Oozes, os gritos dos Hunters e barulhos de tiro e explosão estão com o padrão Resident Evil de qualidade. Por conta dos recursos, o som que saia do 3DS as vezes parecia um pouco abafado, e isso não acontece nessa nova versão. Há momentos em que os barulhos vindos do navio, deixarão o jogador tenso sem ele nem mesmo saber o porque, e determinados pontos, como por exemplo o boss do capítulo 3, deixarão o jogador com uma sensação de incômodo, mas isso não é ruim, já que é incômodo causado pelo som emitido pelo inimigo, que é um show a parte e por si só já é aterrorizante.

O melhor de dois mundos

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A jogabilidade é um show a parte, e deve agradar tanto aos fãs mais antigos como aos fãs mais novos. A mistura do estilo de jogo clássico com a jogabilidade dos títulos mais recentes resultou em uma fórmula quase perfeita e é a prova definitiva de que um bom jogo de terror pode ser feito nos dias de hoje e com uma jogabilidade moderna e condizente com o clima do jogo.

O jogador não irá encontrar em RE: Revelations, o movimento frenético de câmeras que há em RE6, mas isso, além de tornar o jogo mais simples de ser jogado, também ajuda a aumentar o clima de terror, já que dessa forma você não conseguirá saber o que te espera atrás da próxima esquina dos estreitos corredores do Queen Zenobia. A combinação de atirar+andar, está até mais bem resolvida do que em RE6, principalmente por conta da câmera que não oferece ao jogados tantos ângulos e permanece sempre sob o ombro do protagonista.

Apesar de oferecer menos recursos de movimentação do que RE6, a jogabilidade de RE: Revelations se encaixa com perfeição ao título, e acredito que não veremos comentários raivosos de jogadores que morreram em um boss ou disperdiçaram munição por conta da movimentação exagerada da câmera… ah, e até o ponto que jogamos, só há QTEs para se livrar de um inimigo que te agarra.

Outro ponto que lembra um pouco os jogos clássicos, é o inventário. Você pode acessar seu inventário, chegar itens e acessar o mapa sem o perigo de ser atacado por uma BOW. A tela do inventário funciona quase como uma tela de pause, algo bem próximo do que acontecia com os primeiros títulos da série. Também está de volta o baú, que no título serve como um local para customizar e melhorar as armas de acordo com os itens que você encontrou até então.

Mais em relação ao original

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Com pouco mais de 3 horas que passamos testando o título, cerca de metade disso foi dedicado para testar adificuldade Infernal e o Raid Mode, e ambos com total certeza darão ao jogo uma vida útil maior. O Infernal é literalmente o inferno: inimigos se espremendo nos apertados corredores e avançando rapidamente em direção ao personagem. É um modo extremamente desafiador e que promete testar os nervos e a capacidade dos jogadores, porque, além da quantidade brutal de inimigos, os itens de cura e munições estarão sempre em lugares diferentes a cada vez que o jogador iniciar uma nova partida.

O Raid Mode é garantia de desafio e de diversão. Talvez o melhor modo extra desde o Battle Game de RECVX. Nele o jogador tem de atravessar um determinado percurso do cenário, defrontando inimigos e matando-os para conseguir pontos e chaves que dão acesso a portas que levam o jogador até o fim de cada nível. É nesse modo que poderemos controlar HUNK, mas infelizmente não jogamos com ele, pois inicialmente ele não está disponível.

Quase um professor Pasquale

RE: Revelations apresenta, assim como Resident Evil 6, legendas em português-brasileiro, e nas 3 horas que passamos jogando, podemos dizer que o trabalho foi muito mais bem feito do que no título lançado no fim do ano passado.

Ainda existem algumas traduções ao pé da letra que incomodam, mas elas reduziram drasticamente, e foi usado o bom senso na hora de traduzir expressões e para adequar palavras ao contexto das frases em que elas são usadas. O jogador não irá mais se deparar com tosqueiras como Raccoon escrito com apenas um "C” ou apenas um "O”, ou com frases que ficam quase incompreensíveis por causa da tradução literal, que ainda está presente em algumas frases, mas não atrapalham a compreensão e nem farão com que o jogador precise ter um dicionário Aurélio ao lado do console, exageros à parte.

Vale a pena?

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Mesmo que você já tenha jogado a versão de 3DS, vale a pena investir nesse jogo. Para o autor desse preview, essa versão de RE: Revelations é o melhor jogo da franquia desde RE: Remake. Apresentando um equilíbrio quase perfeito entre uma jogabilidade moderna e boas doses do velho clima de terror que tanto os fãs da franquia sentem saudades. Além disso, o jogo apresenta recursos extras em relação a sua versão original, como a dificuldade Infernal e novos recursos para o Raid Mode. Não fosse isso o suficiente, a experiência de jogar um título desse calibre na telinha do 3DS é brutalmente inferior a experiência de se jogá-lo em uma TV de tela grande e com uma boa qualidade de som, que dão ao jogo os recursos que ele precisa para proporcionar ao jogador uma experiência muito interessante.

Sem mais delongas, não dá nem pra chamar o jogo de port, já que muita coisa foi remodelada e refeita para que o jogo chegasse em sua melhor forma aos consoles de mesa e ao PC, o jogo é na verdade umareconstrução, muito bem feita por sinal. Por enquanto é isso o que temos a dizer a respeito do jogo. Após o seu lançamento que acontecerá no final do mês de maio, o REVIL irá publicar uma análise completa e detalhada, onde falaremos sobre todos os aspectos do jogo, como vocês já acostumarem a ver por aqui. Aguardem e preparem-se para muitas horas de diversão.